sexta-feira

NAM MYO HO RENGE KYO

Outrtora era eu, um papagaio mudo, presa então na redenção de uma única coisa, que me trazia um alívio mmomentâneo Caindo do Inferno e subindo aos céus, em uma transição de sorriso e lágrimas. 
Meu rugido era fraco, sentia uma animalidade imensa dentro de mim. Mas também, tinha os meus momentos de fogos de artifício. 
Me prendia ao que achava que era certo, teoricamente dizendo, era um desiquilíbrio de palavras humanas misturadas com a minha espiritualidade.
Achava que o mundo todo era assim, que nós formávamos as formas, para depois ir moldando aos poucos. Mas como fazer um vaso, sem ter o conhecimento de um oleiro
Sabia que o Universo tinha seus mistérios, mas como já pensava tanto, tinha certo receio de me perder entre os meus pensamentos e as minhas perguntas sem respostas. 
Era uma vez a luz brilhando em minha vida. Uma vida expondo a minha, de uma forma simples, mas neste caminho, se torna complexa. 
E então, tinha um mantra para me ajudar nisso. Acreditava que aquelas palavras eram mágicas SIM.
Da minha conformidade kármica, nasceu meu espírito budista. 
A minha prática desde então se tornou mais forte. As pessoas que estavam comigo naquela época, diziam que eu era cheia de fortes simpatias, outras diziam que eu era uma bruxa. 
Mas esta minha magia veio de dentro do coração e foi nascendo e corrompendo todas aquelas perguntas do passado. 
Foi se tornando visível, nítido! Refrescando a minha mente com sabedoria e com determinação. 
Pensei então, que eu era feliz! Mas errei. A felicidade se esconde em nossas tristezas. Para sermos felizes de verdade, temos que saber que qualquer tipo de sofrimento que possa surgir em nossa vida, é uma forma de vencer aquilo, e fazer com que este sofrimento se torne uma plena felicidade.
Não podemos nos prender á alegria, porque ela é traiçoeira. E também não podemos nos prender mais ainda apenas, á aquela alegria mundana, de condição econômica, de boa saúde, de tranquilidade. Temos que ter uma ambição espiritual de sempre querermos mais. 
Nam myo ho renge kyo é o mantra que nos ajuda á ter forças (místicas) para enfrentarmos tudo isso. 
É rasgar o véu dos mistérios da vida, e dar significado á cada gota do mar. 
Sabendo então que o caminho da felicidade infinita, está em deixar de lado certos pensamentos ou ações que nós seres humanos temos o hábito de ter. 
Temos que ser e não ser, em um sentido simples de ter, aquilo que nos faz bem. 
Sabemos daí, que recitando Nam Myo Ho Renge Kyo, temos a possibilidade de deixar nosso comodismo e conformidade kármica de lado, e encontrar prazer em muda-lo. 
Com o tempo adquiri a incrível forma de ajudar as pessoas através de uma maneira simples. Não podemos procurar soluções para certos sofrimentos, através de experiências passadas. Porque não sabemos o que fomos na vida passada. Nós budistas, apenas sabemos que nada é por acaso, e que se alguma tempestade venha á cair, estaremos fortes na fé da Lei Mistica para a visualização desta soluçã.
É como transformar o veneno em um remédio. Muitas vezes temos o desafio de viver anos e anos com o mesmo sofrimento, mas procure aprender com aquilo. Nada é pra sempre, um dia tudo é neutralizado. 
Estamos nesta terra de Bodhisatva para vivermos em harmonia. Não precisamos morrer para sermos felizes, não precisamos esperar santos ou entidades para nos trazer um benefício em nossas vidas. 
Ser budista, é ter a consciência de que o poder esta em nossas mãos. De que toda a paz está guardada em um saquinho que podemos abri-la e degusta-la todos os dias. 
Alguns amigos me perguntam sobre Deus. E este Deus não esta exteriormente esperando que você seja feliz. Ele vive dentro de você, e espera que suas atitudes sejam aprimoradas, e que sejam também agregadas a sabedoria que só um filho do Sutras de Lótus sabe como é. 
De um tempo pra cá, tenho recebido algo maravilhoso, no qual considero a neutralização de pensamentos e ações. 
Qualquer tipo de pensamento que eu tenha sobre algum tipo de obstáculo, é encantado com muita sabedoria. Qualquer barreira que eu encontre e pense em desistir, sou guiada por forças superiores que me mostram através daquilo que as pessoas chamam de (coincidência).
Como pode então ser uma coincidência, quando acontece simultaneamente aquilo que estou á semanas, meses ou anos pedindo que se realize? Será a força do meu pensamento? Não, isso se chama força vital. A força que temos dentro de nós, que nos faz realizar qualquer tipo de desejo. 
Mas temos que lembrar também, que estes desejos podem nos levar á um desiquilíbrio.
Nossas riquezas esta através dos nossos esforços, e nossos esforços não são apenas estudo, um bom trabalho e um crescimento profissional. Este esforço esta ligado á como você vê suas vitórias. É sentir cada uma delas com um gosto de prazer infinito. Por saber que estamos no caminho certo. 
Estamos porém, em um tempo de muito sofrimento, afinal ainda existem pessoas que acreditam e são ligadas á filosofias egoístas e mesquinhas. 
Queremos e vamos conseguir, mesmo se não for agora, que um dia o Kosen Rufu (Paz Mundial) se torne verdadeiro em todo mundo. 
Que as pessoas sorriam com vontade de viver o dia de amanhã,convicto de que o rugido de um leão pode sere mais forte do qualquer medo futuro.


NÃO DESISTAM NUNCA, RECITEM E TENHAM DENTRO DE SEUS CORAÇÕES O DOCE SOM DE NAM MYO HO RENGE KYO. 


Vicktoria Veronezzi 


segunda-feira

Aquilo que mudou!

Difícil seria analisar a linha da minha vida, e não perceber as maiores mudanças que obtive com a minha transição.
Quando resolvemos "mudar", termo usado para reflexão e compreensão do meu eu interior, resolvemos procurar as medidas mais faceis, que brevemente torna-se uma das mais complicadas em nossas vidas.
E difícil compreender a vida, se não vivemos ela da maneira mais apropriada, mais precisa.
Quando tinha meu aspecto masculino, obviamente, as coisas eram mais faceis, porém sempre complicado. Não escondia os meus medos, que naquele tempo eram maiores, não escondia a minha esperança também, era um pequeno leão procurando gritar neste grande crescimento que a vida me trouxe.
Tive vários exemplos bons e ruins, conheci as duas oportunidades da vida. A de lutar sendo eu, e a de lutar sendo aquilo que a sociedade impôs como "certo".
Depois da minha transição MtF, muitas coisas realmente mudaram. Tanto no aspecto positivo (espiritual) quanto no aspecto negativo (sociedade).
Hoje sou feliz por ter e representar aquilo que sou, e não esconder o meu género, de fazer parte do mundo da maneira que sempre quis assumir desde pequena.
Para os meus familiares, digo alguns, ainda é o novo em processo de habitualizaçao. E' o novo entrando nesta geração familiar, por isso dou ênfase nas minhas melhores capacidades de mostrar a todos eles, que o meu género, é algo tão normal quanto o deles.
Lutar sozinha é triste, mas hoje em dia, não lutamos nunca sozinhas.
Vim de uma geração já modernizada e que já estava acordando para a realidade mais humana que o mundo pode ter.
Nasci em 1990 e isso foi muito significativo pra mim. Tive o apoio dos meus pais e no começo respeito de todos os membros da minha família. Mas isso não me bastava.
Sabia que a minha luta, não era uma luta igual para eles. Minha mãe sempre me dizia que a minha luta seria muito individual, e realmente foi.
Consegui progredir todos estes anos de uma maneira formidável.
Conheci estradas na vida que não me pertenciam, não faziam parte deste carma que luto todos os dias para estar equilibrado.
Procurei todas as formas de felicidade, e um dia eu encontrei.
Não sei se fiquei mais louca, ou se meus pensamentos começaram a serem mais organizados em todos os modos. As minhas reivindicações foram sempre extremas, e as minhas verdades ditas foram sempre muito pensadas e analisadas antes de serem proferidas.
Tenho prazer imenso de ter mergulhado no mundo da literatura, e de ter conhecido através das fantasias e realidades literárias personagens que me faziam sentir um estado de paz imenso.
Comparando a minha adolescência no aspecto "masculino", acho que o preconceito era muito maior, em relação a passeios, e estar entre as pessoas. Porque era aquele tipo de menino "efeminado", o sentido mais debochante para a sociedade em si.
Agora, na minha transição plena como mulher, sinto que minha alma começa a florescer cada vez mais. Mas ainda pede muito cuidado em todos os meus passos.
Quando nascemos mulheres em um corpo diferente, começamos uma guerra sem fim.
Depois que nos tornamos mulheres, ou seja, transportamos a nossa alma para o nosso físico, temos varias outras batalhas a serem conquistadas, a guerra não acaba ali.
Uma satisfação imensa, obviamente, cobre todos os poros que temos, todas as partes do nosso corpo e para muitas (assim como eu) torna-se uma força maior para uma visibilidade.
Porque sabemos quem somos, sabemos de onde viemos, e sabemos onde nos queremos chegar.
A vida é um preludio todos os dias, e a coragem e a esperança fazem parte de nossas vidas, dia após dia.
Não digo isso, individualizando nos brasileiras. a nossa luta é mundial.
Assim como estamos lutando aqui, existem muitas outras lutando por todo o mundo.

Vicktoria Veronezzi.