segunda-feira

Antes de mais nada-


Antes de mais nada. 

Antes de mais nada, eu fecho os olhos e me arrependo. De palavras, que não deviam serem ditas, ou maldiçoes mal feitas. De procuras insensíveis, e desmoralizações inconsequentes.
De viver o tempo pela metade, de transcorrer a vida de maneira errada. Dos sonhos vazios e da complexidade dos pensamentos.
Antes de mais nada, abro os olhos para os caminhos desconhecidos, o novo, das novidades... Das surpresas. Das dimensões inalcançáveis, da sobrevivência humana.
Como a vida em duas partes, aproveitando cada sabor e fazendo de seu odor o meu sangue. Sim, o sangue. O meu tem muito sabor, é quente e não tanto liquido. Bate e rebate todas as horas dentro do corpo, fazendo de todas as minhas células, movimentos contemporâneos e mágicos.
Quando abri os olhos, o escuro já não estava mais ali, porque deixei a luz entrar com tanta satisfação, que não tive muito tempo para lembrar da escuridão. Deixei um deserto de areias amarelas secas e pedras grossas, para o mar. A água entrou em disparada por todos os cantos, até aqueles que eu ainda não conhecia. Machuca às vezes, mas faz bem!
Preces inúteis, rezas sem obstinações, no qual não impus os meus verdadeiros desejos.
Antes de mais nada, eu quero ser eu, e interromper o uso de mascaras carnavalescas. Introduzir o puro no verdadeiro. Porque não há algo mais sensível que a pura verdade.
Antes de mais nada, as minhas puras verdades eram obsoletas e isoladas. Não pertenciam ao caminho que vejo agora. Elas transformaram-se em pontas fundamentais para as minhas vitórias, para a minha evolução humanística.
De vez em nunca, deixo escorrer o sal dos olhos, porque me disseram que ainda faz bem. Faz bem quando o sal é puro, quando a dor dos olhos cansados chegam em exatidão. Porque quem não chora, não sorri.
Das rugas no rosto, o arco íris da vida. O que se transforma também pode cair, por isso que sou sempre atenta com o alinhamento das minhas asas e com o firmamento dos meus pés na terra.
Antes de mais nada, quero dizer sim, para ecc que disse não. Mas um não, sempre faz bem, mesmo sabendo que o sim é mais... intenso!
Nada é exaustão, quando precisamos de nòs mesmos. Quando sentamos como abelhas, e beijamos nossos pés em forma de agradecimento. Quando abrimos uma lei mística, uma grande revolução começa nas mais intocáveis particulas da nossa existência.
Antes de mais nada, eu canto o hino da igualdade e da felicidade serena. Mesmo não sendo tão serena assim, porque a serenidade é muito pouca para a felicidade que tomo em minhas mãos.
Antes de terminar este texto, quero dizer que viver, é simplesmente uma selva!

Victoria Veronezzi

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